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Guerra ao Terror


Há filmes que simplesmente passam a ser elogiados pela crítica. Não se sabe a origem, não se conhece diretor, não há divulgação de atuações e muita das vezes nem mesmo divulgação de sua estréia; do nada, aparecem na mídia e passam a ser tidos por obras-primas; por vezes realmente dignos de tal título, por outras, puro resultado de um conceito exagerado. Assim como as opiniões que cercam Guerra ao Terror.

O filme no Brasil foi lançado em DVD em meados de dezembro sem nem mesmo ter passado pelas salas de cinema devido a decisões da distribuidora baseadas na idéia de que a narrativa não traria lá muitos lucros, porém, depois de 2 indicações ao Globo de Ouro e prováveis indicações ao Oscar os conceitos mudaram e decidiu-se que Guerra ao Terror estreará nos cinemas em fevereiro de 2010. Até então um direito dignamente conquistado, é um filme que no mínimo deve ter sua estréia nas telonas, contudo as indicações necessárias para tal feito não são de modo algum dignas ou condizentes com o que se irá ver nos cinemas.

Dirigido por Kathryn Bigelow, de O Peso da Água e K19 – The Windowmaker, filmes desconhecidos por quase todos e não merecedores do contrário, The Hurt Locker (título original de Guerra ao Terror) conta a história de um grupo de soldados americanos enviados ao Iraque cujo objetivo é identificar e desarmar bombas onde quer que estejam. Definição simples, roteiro simples, contudo o diferencial está na maneira como tudo se desenvolve; a tensão e o suspense que se transmite na tela beira quase a perfeição, assim como o relacionamento dos soldados durante a execução de sua missão em que se revelam conflitos, medo, rebeldia e dor; soldados esses cujo foco principal da narrativa é formado por Jeremy Renner, de SWAT, Anthony Mackie e Brian Geraghty.

Guerra ao Terror é um bom filme, um dos melhores de 2009, afinal a guerra no Iraque apesar de ser um tema constante na mídia atual, é mostrada aqui de maneira até então desconhecida, onde toda a tensão que cerca o território iraquiano enfim é sentida por aqueles que a vêem. Tudo graças à direção de Kathryn e a atuação do elenco que, apesar de ser quase todo desconhecido do grande público, faz na tela aquilo que rostos famosos vêm constantemente se esquecendo de fazer.

Contudo os elogios à Guerra ao Terror acabam aqui, é apenas um filme bom e não uma obra-prima maravilhosa como muitos estão dizendo; certamente é um filme que leva sua temática a sério e corretamente, porém não será de maneira alguma o melhor no gênero, afinal depois de seu exagerado sucesso o Iraque há de ser lembrado mais vezes por Hollywood, e com certeza serão trabalhos aperfeiçoados que, diferente de Guerra ao Terror, não terão falhas irreparáveis como um roteiro por vezes cansativo, uma linhagem incerta ou uma mensagem oculta em seu desfecho que o torna um filme genuinamente baseado nos conceitos políticos americanos.

Talvez Guerra ao Terror fosse ainda melhor se toda essa aclamação exacerbada não existisse, seria um trabalho que não criaria expectativas, portanto, o que se veria nas telas não seria pré-conceituado como um filme maravilhoso e não haveria a obrigação de agradar a todos, ainda que seria classificado como um bom filme, o que de fato é, e não uma obra-prima do cinema atual.

Uma produção, apesar de sérias falhas, para ser admirada, mas de maneira alguma premiada.

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