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Onde Vivem os Monstros



Recentemente, quando questionado sobre seu mais novo trabalho, Spike Jonze declarou que Onde Vivem os Monstros é um filme sobre a infância e não para crianças; e com isso, acabou fazendo a melhor síntese que se pode fazer acerca dessa narrativa que devido a atrasos tem estréia prevista para 15 de janeiro.

O longa, baseado na obra de Maurice Sendak, mesmo autor da famosa e ótima série de desenhos animados denominada Os Sete Monstrinhos, demorou quase cinco anos para ser concluído, mas parece que tanto esforço valeu a pena, pelo menos é o que se pode dizer levando em consideração seus três primeiros dias de exibição, que arrecadaram só nos Estados Unidos, U$$ 32,5 milhões.

Dirigido pelo mesmo cineasta de Quero se John Malkovich, que por sinal desde 2002 não lançou nada mais no mercado da 7ª arte, Where the wild things are, trouxe a princípio polêmica com relação ao modo como tudo se dava na tela, afinal, por ser uma história tida por muitos como um conto infantil, a narrativa apresenta-se de certa maneira peculiar e em certos trechos até mesmo sombria, porém tais fatores a tornam ainda mais mágica e filosófica.

No filme, Max, um garoto que, perturbado com os conflitos familiares que o cercam, embarca num mundo fantasia habitado por monstros gigantescos que o elegem como seu rei, passando então a realizar sérios laços de amizades entre os habitantes que, de maneira filosófica, apresentam diferentes tipos de personalidade, indo desde criaturas repletas de bondade até mesmo monstros que questionam a todo o tempo, representando assim os diferentes sentimentos do menino na trama, e é entre todos eles que destaca Carol, monstro com o qual Max desenvolve sua principal relação nesse mundo fantasioso, e que por sinal , assim como ele, está psicologicamente perdido e conturbado em seu mundo, ou seja, Carol é o próprio Max, e será nessa relação, repleta de sentimentalismo e emoção que o menino aprenderá a lidar com seus problemas interiores.

Como resultado, tem-se um filme reflexivo, atual e que nos leva a pensar nas relações humanas, tema este que em minha opinião, em tempo algum será ultrapassado. Portanto a narrativa até poderá agradar aos pequenos, a relação “humano-monstra” é divertida e encantadora, assim como observar as lições que Max tira ao longo do tempo; contudo, a essência que fazem de Onde Vivem os Monstros um filme memorável, infelizmente só será captada pelos adultos, aqueles que mais têm a aprender com Max. Uma criança de 8 anos.

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