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A Troca


O preconceito com relação a atores sempre existiu, alguns se atêm a comédias e acabam se tornando ícones do gênero e logo depois se engajam em suspenses que não convencem de maneira alguma, outros se prendem a cines-série, filmes adolescentes, ou então são desconsiderados por muitos simplesmente pela associação equivocada de beleza com falta de talento. Conceito este quebrado facilmente por Angelina Jolie em A Troca, longa do diretor Clint Eastwood que como sempre lança mais uma obra-prima no mundo da sétima arte.

A história, baseada em fatos reais narra a vida de Christine Collins, uma supervisora de telefonistas que ao chegar em casa depois de um inesperado dia de trabalho se depara com o desaparecimento de seu filho de 9 anos de idade. O que então, a princípio é tido pelas autoridades como uma simples e rápida fuga de uma criança é logo dada por uma situação que exige seriedade, o que implica a Christine uma situação de desespero e uma determinação cada vez maior em encontrar seu filho, determinação esta que se torna ainda mais intensa quando as autoridades locais lhe entregam um menino atestando ser seu garoto, Christine Collins então, ao negar tal fato, é tida por louca.

Changeling (título original e sem tradução literal para o português) poderia facilmente se tornar um filme melancólico, pesaroso e de uma atmosfera cada vez mais fatigante, contudo se A Troca é um drama emocionante sem se deixar levar pelo sensacionalismo esse fato se deve principalmente a Eastwood e a Angelina Jolie, afinal, o modo como tudo se desenvolve na tela, apesar da atmosfera desesperadora e por vezes pesada, de maneira alguma se torna cansativa, ao contrário, pois a cada “derrota” de Christine, assim como a personagem, o espectador levanta esperanças de que tudo em breve sairá bem.

Ambientado na década de 20, a narrativa apresenta critérios diferentes aos maiores destaques de Clint Eastwood: a simplicidade, não que isso faça de A Troca um filme ruim (de modo algum) ou então uma decadência do diretor, mas simplesmente uma característica com a qual Eastwood lida de maneira exemplar, afinal o filme já em seus primeiros minutos revela-se como uma história que visa uma produção de destaque em que até mesmo os mínimos detalhes parecem ser levados em consideração, o que seria um erro não fosse pelo filme realmente cumprir o prometido, assim como Angelina Jolie.

A atriz vencedora do Oscar por Garota Interrompida em 2000, que ganhou fama inicial por filmes de ação parece realmente se caracterizar como atriz versátil, apta a interpretar papéis de diferentes gêneros, e claro, de maneira convincente e boa que provoca no espectador não só o desejo de se acompanhar a narrativa, mas de se comover e se emocionar com a mesma; elemento que é apenas um dos que fazem de A Troca um filme memorável e reflexivo, um drama emotivo, cativante e que ao invés de ser melancólico, promove grandes lições.

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