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Gran Torino



Difícil falar do trabalho de um dos diretores mais consagrados do cinema, um homem que hoje já na faixa dos 70 anos de idade e que lança dois filmes ao ano e, além disso, todos maravilhosos e dignos de premiações.

Cartas de Iwo Jima, A Conquista da Honra e Menina de Ouro são alguns dos exemplos da imensa capacidade e talento de Clint Eastwood, um diretor que faz sucesso em suas produções somente pela história e atuação, e diferente de outros, Eastwood jamais dá importância a efeitos visuais, contudo tem o dom de fazer de histórias simples, narrativas que promovem reflexão e que permanecem por anos a fio em nossas mentes, talvez não sucesso de bilheteria, mas histórias que nos marcam para sempre.

Como se não bastasse tanto talento, Clint Eastwood ainda atua, e faz na tela atuações perfeitas e memoráveis que o classificam como um dos melhores atores atualmente (como diretor, em minha opinião, é o melhor).

Em 2009 então, depois do emocionante A Troca, lança-se Gran Torino, um filme atuado e dirigido por Clint Eastwood, e consequentemente, uma obra-prima de se encher os olhos e uma história com essência que infelizmente outros diretores vêm se esquecendo de acrescentar em suas produções.

A narrativa tem foco em Walt Kowalski, um ex-combatente da Guerra da Coréia que após a morte de sua esposa se torna ainda mais rabugento e inconformado com o mundo atual e as pessoas que o cercam. Seus filhos, ambos casados, não se importam de maneira alguma consigo, além disso, a relação que tem com eles não passa de simples e ríspidos diálogos, assim como para seus netos. Ele é um homem crítico, solitário, rude e infeliz.

Contudo, depois de tensos e conturbados momentos, Walt passa a se relacionar, a princípio de maneira cautelosa, com sua nova vizinhança que, devido a ser quase toda oriental, mantinha sérios preconceitos com relação a ela. Ele então, sem perceber, começa a desenvolver sérios laços de amizade, sobretudo com Sue e Thao, um garoto introspectivo e solitário com o qual Walt terá a oportunidade de fazer aquilo que jamais fez como pai e enfim consertar o passado que tanto o atormenta.

Aqui, tudo que se desenvolve na tela se torna emocionante e ao mesmo tempo surpreendente, é impossível não se admirar com a amizade que se trava entre os personagens e além de tudo com a atuação de Clint Eastwood na pele do veterano Walt Kowalski, o velho que apesar de rabugento e ríspido cativa a todo o público ao longo da narrativa.

É um filme baseado na emoção, no calor humano, afinal aqui não há técnicas visuais deslumbrantes, nem um elenco famoso e nem mesmo um produção inatingível, porém tem história, desenvolvimento e um desfecho simplesmente maravilhoso e marcante.

Gran Torino é emotivo, trata de valores humanos, mas graças a Eastwood de maneira alguma é uma narrativa pesarosa e cansativa. É uma lição de vida e antes de tudo um exemplo de um ótimo filme.

2 comentários:

steckerable disse...

Filme muito bom, recomendo a todos que gostam de uma boa história !

Anônimo disse...

Boa tarde Victor,
Primeiramente obrigado por visitar o rattle.
Falar de Eastwood pra mim é fácil, sou um fã de carteirinha do cara, a lista de filmes dele que compõe meus prediletos é interminável, interpretações imortais como O BOM O MAU E O FEIO, O Destemido Senhor da Guerra, Punhos de Aço, Dirty Harry e ainda suas direções como A Menina de Ouro e o primeiro filme que ele dirigiu chamado Play Misty for Me são pérolas do cinema mundial. Grande Torino não poderia ser diferente, pareceu um pouco pra mim que ele não interpretava ninguém no filme a não ser ele mesmo e a música que fecha a película é de trazer lágrimas aos olhos. Parabéns pela resenha, muito bem elaborada e seu blog tá bem legal também.
Sucesso e tudo de bom em 2011.
Abraços

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