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Piratas do Caribe - Navegando em Águas Misteriosas



Talvez em 2003, quando se lançou Piratas do Caribe – A Maldição do Pérola Negra, nem mesmo a Disney esperasse que a série alcançasse tanto prestígio e se convertesse em uma das franquias de maior sucesso de todos os tempos. Claro que a intenção de se criar o blockbuster do ano existia, afinal Jerry Bruckheimer fora chamado para a produção, contudo há plena certeza de que ninguém imaginava que um dos personagens mais caricatos e únicos do cinema estava prestes a surgir e se tornar um ídolo de toda uma geração e isso, graças a Bruckheimer, afinal, não fosse sua confiança em Johnny Depp, Jack Sparrow existiria, mas seria bem diferente do que é, a final, os executivos da produção simplesmente acharam ridículo e sem sentido algum o que viam na caracterização e atuação de Depp: um pirata com delineador nos olhos, bling e trejeitos que sugeriam tratar-se do primeiro bucaneiro explicitamente gay das histórias de aventura, o tipo “diferente” quase custou o emprego de Depp, não fosse Bruckheimer que, acreditando piamente no que Johnny Depp fazia, dava início a uma saga como nenhuma outra. E que claro, consagrou Depp como um dos melhores de sua geração.
Por essas razões, desde quando se anunciou um novo filme da saga, a expectativa já atingia níveis extremos, afinal, se por um lado muitos simplesmente queriam ver Jack Sparrow mais uma vez em cena, por outro lado havia a preocupação com a qualidade da história, o que seria do roteiro? De fato havia algo que valia a pena ser contado ou tudo não passava de uma questão financeira que, em uma atitude desesperada e estúpida se resolvera lançar um novo capítulo a uma saga que já se dava por encerrada? Contudo, bastou a exibição na Comic-Con 2010 em que “o próprio” Jack Sparrow anunciou como seria o novo filme e toda a dúvida aos poucos começou a se converter em uma feliz expectativa. Zumbis, sereias, Penélope Cruz e um Jack Sparrow ainda mais icônico, excêntrico, divertido do que nunca. A mais perfeita definição do quarto capítulo da história que, de maneira incrível, conseguiu superar seus sucessos anteriores.
Se toda a história sem sentido e demasiadamente fantasiosa do terceiro filme havia decepcionado àqueles que esperavam ver algo tão bom quanto havia sido o primeiro (já que O Baú da Morte, uma vez que se ateve unicamente aos efeitos especiais, no que se refere a um bom roteiro, foi algo que passou longe), o quarto filme deixa de lado o extremo fantasioso da história e com poucos efeitos (isso se comparado a seus anteriores) e uma narrativa simples (porém com a essência única da narrativa), se converte em um ótimo filme, com uma história que de fato vale o mérito de ser contada, algo tão bom, que, em quase suas duas horas e meia de exibição nem se sente a mínima falta de Orlando Bloom e Keira Knightley que juntos a Johnny Depp e Geoffrey Rush, formavam o elenco principal da trilogia até então, seus personagens eram mornos,não cativantes (de maneira alguma) e sempre que em cena apenas despertavam no público o anseio cada vez maior sem se saber o que aconteceria a Jack Sparrow que estava em uma nova enrascada quando a história se focou em William e Elizabeth e o público, claro, apesar de não se importar com os dois, se mantinha tenso, pois não estavam vendo na tela, mas Jack ainda estava em perigo e queriam saber seu desfecho. Além disso, os personagens em excesso às vezes confundiam e em nada contribuíam, a narrativa animava, cativava e divertia, mas o brilho mesmo era de Jack Sparrow e não seriam “50” personagens secundários que sustentariam uma narrativa, era preciso alguém à altura, que verdadeiramente cativasse o público. E Penélope Cruz surpreendeu.
Não só adentrando perfeitamente na “atmosfera” fantasiosa e aventureira de Piratas do Caribe como se sempre estivera ali, Penélope Cruz cativa, faz valer sua participação na história e como nenhum dos outros personagens até então, não se torna uma mera figurante ao lado de Johnny Depp e sim uma personagem necessária à trama e que não se deixa ofuscar à atuação magistral que Depp dá a Jack Sparrow.
No que poderia ser apenas mais uma atuação do mesmo personagem que já fora visto em três filmes, Johnny Depp inova e leva a extremos as principais características de Jack Sparrow, seja na fala, nas expressões, nos trejeitos ou simplesmente na maneira única de ser e agir, rouba a cena, domina toda a situação e leva todo o público ao delírio, público que apesar de conhecer Jack há uma trilogia, percebe já nos primeiros minutos que está prestes a ser surpreendido a cada cena (e realmente está).
Um alívio aos que temiam por Depp que há três filmes apenas decepcionava e parecia ter perdido sua maneira única de atuar, e alívio também aos que temiam pela qualidade de toda uma saga.
Parece que tanto Johnny Depp quanto Piratas do Caribe resolveram seguir a doutrina de Jack Sparrow: surpreender a todos e se mostrar ainda melhor e divertido.

4 comentários:

PerpLife - PerLusion disse...

Parabéns pela crítica, mas acho que a atuação de Depp não foi decepcionante nos últimos filmes. Mas aposto que ele chegou ao auge de sua atuação na versão quatro. Ainda tenho que ver.
Abraços

Manfio disse...

Ainda não vi o último filme da saga, mas vi os três anteriores.
Não acho que o Depp não teve uma boa atuação no segundo filme, mas no terceiro concordo que foi fraca, mas ainda assim gostei mais do terceiro do que do segundo, mesmo com toda sua fantasia.
De fato, Jack Sparrow é um personagem único!

Júh Sodi disse...

Preciso tomar vergonha na cara e assistir..rs

muito bom o blog, parabéns!

Eslaine Sbrana disse...

Concordo plenamente com você!, o 2º e 3º filme poderiam ter sido melhores, mas o 4º foi incrivel!
é um dakeles filmes que você pode assistir varias vezes e não cansa!

Beijooos

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